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Age of Entanglement por Neri Oxman

Age of Entanglement por Neri Oxman

Um ensaio que propõe um novo mapa para a exploração criativa, argumentando que o conhecimento não está mais confinado a disciplinas isoladas, mas sim intrinsecamente entrelaçado.

Neste ensaio, Neri Oxman desafia a tradicional separação das disciplinas criativas e acadêmicas, herdada do Iluminismo. Ela argumenta que estamos entrando em uma “Era do Entrelaçamento” (Age of Entanglement), onde os limites entre Ciência, Engenharia, Design e Arte se dissolvem, e a inovação emerge da sua mútua interdependência. Oxman propõe o “Ciclo de Krebs da Criatividade” (KCC) como um modelo para visualizar como essas quatro áreas interagem, transformando e gerando “energia criativa” para impulsionar novas descobertas e expressões. O ensaio explora essa ideia através de metáforas, discute as implicações dessa abordagem antidisciplinar e apresenta o conceito de “Knotty Objects” (Objetos Intrincados) como manifestações desse entrelaçamento.

📘 Seção 1: Introdução (Parágrafos Iniciais)

Esta seção estabelece a premissa do ensaio: a obsolescência das fronteiras disciplinares tradicionais, que surgiram no Iluminismo e dominaram o pensamento por séculos. Oxman introduz o conceito de “antidisciplinar” como o motor de uma nova “Era do Entrelaçamento”, onde o conhecimento é produzido de forma interconectada. O objetivo é mapear as inter-relações entre Ciência, Engenharia, Design e Arte, mostrando como podem incitar revoluções mútuas e como um único projeto ou indivíduo pode transitar por múltiplos domínios.

  • Ponto central: O conhecimento e a criatividade não podem mais ser contidos em silos disciplinares; eles são inerentemente entrelaçados na contemporaneidade.
  • Exemplo marcante: A menção à L’Encyclopédie como o marco que catalogou e concretizou as fronteiras disciplinares, em contraste com o emergente meme “antidisciplinar” que nos projeta para fora dessa lógica.
  • Conexão com ExtraLibris: Esta introdução ressoa profundamente com a ExtraLibris, que busca justamente romper com a catalogação rígida e promover uma curadoria figital que revele as conexões ocultas entre diferentes saberes e formas de expressão. A “Era do Entrelaçamento” legitima a ideia de estantes e coleções como ecossistemas de conhecimento interconectado, não apenas repositórios.

📘 Seção 2: Maeda finds Gold & Caving

Oxman revisita o diagrama “Bermuda Quadrilateral” de John Maeda, baseado na matriz de Rich Gold, que alocava missões distintas à Ciência (exploração), Engenharia (invenção), Design (comunicação) e Arte (expressão). Ela critica essa visão de “quatro chapéus” distintos, questionando se as mentalidades são realmente tão diferentes e se não seria possível uma abordagem mais holística e integradora. A seção “Caving” reforça essa crítica ao destacar a nebulosidade das fronteiras, citando Savas Dimopoulos sobre a conexão intrínseca entre Arte e Ciência como necessidades humanas de expressão e especulação sobre a realidade, sem regras ou fronteiras definidas, tal como as pinturas rupestres. O Design Crítico e o Design Afirmativo também demonstram essa fluidez entre Arte, Engenharia e Ciência.

  • Ponto central: As divisões tradicionais entre os domínios criativos são arbitrárias e limitantes; a prática real demonstra uma sobreposição e interdependência significativas.
  • Exemplo marcante: A afirmação de Savas Dimopoulos: “As coisas que são menos importantes para nossa sobrevivência são as mesmas coisas que nos tornam humanos”, conectando a motivação fundamental da Arte e da Ciência.
  • Conexão com ExtraLibris: A ExtraLibris pode se inspirar na crítica ao “Bermuda Quadrilateral” para evitar categorizações estanques em suas coleções. Ao invés de separar estritamente “arte” de “ciência” ou “design” de “engenharia”, pode-se criar percursos e narrativas que evidenciem como uma obra ou um conceito habita múltiplos desses domínios, incentivando o “viajante constante” em uma “Pangeia intelectual”.

📘 Seção 3: Creative Energy (CreATP) & Krebs Cycle of Creativity (KCC)

Aqui, Oxman introduz sua principal contribuição teórica: o Ciclo de Krebs da Criatividade (KCC). Analogamente ao ciclo metabólico que produz ATP (energia celular), o KCC descreve como as quatro modalidades criativas (Ciência, Engenharia, Design e Arte) se transformam e geram “CreATP” (energia criativa intelectual).

* A Ciência converte informação em conhecimento.

* A Engenharia converte conhecimento em utilidade.

* O Design converte utilidade em comportamento.

* A Arte converte comportamento em novas percepções de informação, reiniciando o ciclo ao inspirar nova exploração científica.

  • Ponto central: A criatividade é um processo cíclico e regenerativo, onde diferentes domínios se alimentam mutuamente, transformando insumos (informação, conhecimento, utilidade, comportamento) para gerar inovação contínua.
  • Exemplo marcante: A descrição do papel de cada domínio no ciclo: Ciência → conhecimento, Engenharia → utilidade, Design → comportamento, Arte → novas percepções. A imagem do KCC (página 4 do PDF) é em si o exemplo mais marcante.
  • Conexão com ExtraLibris: O KCC oferece um modelo poderoso para a ExtraLibris estruturar sua curadoria e as interações dos participantes. As coleções podem ser organizadas não apenas por tema, mas também pela sua posição e potencial de transformação dentro deste ciclo. Um livro científico (conhecimento) pode estar conectado a um objeto de design (comportamento) que ele inspirou, que por sua vez se liga a uma obra de arte (percepção) que questiona seus usos.

📘 Seção 4: The Clock, the Microscope, the Compass and the Gyroscope

Oxman explora o KCC através de quatro metáforas para elucidar suas múltiplas dimensões:

  • Relógio (Clock): O KCC, como o ciclo metabólico, é um relógio, mas bidirecional, onde o tempo pode ser revertido, parado, curvado ou encurtado, permitindo “viagens no tempo” entre domínios (ex: Design estabelecendo nova Ciência). Buckminster Fuller e as “buckyballs” são um exemplo.

  • Microscópio (Microscope): Os quatro domínios são como lentes de um microscópio, cada uma oferecendo uma perspectiva diferente sobre a realidade, e a escolha da lente influencia a ação. A combinação de visões (ex: cientista de materiais e biólogo) leva a uma compreensão mais rica.

  • Bússola (Compass): O KCC pode ser lido como uma rosa dos ventos. O eixo Norte-Sul vai da percepção (informação – Ciência/Arte) à produção (utilidade – Design/Engenharia), do teórico ao aplicado. O eixo Leste-Oeste vai da natureza (conhecimento – Ciência/Engenharia) à cultura (comportamentos – Arte/Design).

  • Giroscópio (Gyroscope): A metáfora mais provocativa; o KCC como a projeção de um giroscópio tridimensional, onde nos polos todos os domínios colidem em uma “grande nebulosa” de completo entrelaçamento – o Big Bang da criatividade.

  • Ponto central: O KCC é um modelo multifacetado que pode ser interpretado de diversas maneiras para entender a dinâmica, a perspectiva, a orientação e a integração profunda da criatividade antidisciplinar.

  • Exemplo marcante: A ideia de “viajar no tempo” no KCC como Relógio, onde se pode pular domínios através da geração de excesso de CreATP, como quando o bom Design estabelece nova Ciência básica.

  • Conexão com ExtraLibris: Essas metáforas oferecem à ExtraLibris múltiplas lentes para apresentar suas coleções. Pode-se destacar a “temporalidade” de uma ideia (como ela evoluiu através dos domínios), as diferentes “perspectivas” que um objeto ou conceito oferece, sua “orientação” entre o teórico/aplicado ou natureza/cultura, e, finalmente, sua participação na “nebulosa” de conhecimento entrelaçado.

📘 Seção 5: Holes and Hacks & Antonelli gets ‘Knotty’

Oxman aborda potenciais críticas ao KCC, como a transição da Arte para a Ciência (“Cinderella Moment”), defendendo-a pela fé na capacidade de saltar entre domínios como multiplicador de força. Discute também o binômio natureza-cultura, sugerindo seu colapso em uma singularidade onde a cultura projeta a natureza e vice-versa. Reconhece o risco da perda de especialização disciplinar, mas argumenta que a visão periférica (antidisciplinar) leva mais longe. A seção introduz os “Knotty Objects” (Objetos Intrincados) de Paola Antonelli – objetos cujas disciplinas contribuintes não podem ser desemaranhadas, exigindo uma visão multivalente. Exemplos como um bife (natural ou sintético) mostram a complexidade técnica e moral desses objetos. A criação de objetos intrincados requer que o criador ocupe simultaneamente os quatro domínios do KCC.

  • Ponto central: A abordagem antidisciplinar, embora desafiadora e com “buracos” teóricos, é essencial para criar “Knotty Objects” – objetos complexos que refletem e exigem uma compreensão entrelaçada do mundo, transcendendo as disciplinas tradicionais.
  • Exemplo marcante: O conceito de “Knotty Objects” e o exemplo do bife, que encapsula dilemas técnicos, éticos e culturais de forma indissociável.
  • Conexão com ExtraLibris: A ExtraLibris pode se destacar ao curar e apresentar “Knotty Objects” – sejam eles livros, artefatos, ideias ou projetos – que desafiam a categorização simples e convidam os participantes a explorar suas múltiplas facetas e as disciplinas entrelaçadas em sua concepção. A ideia de que “a visão periférica (antidisciplinar) levará mais longe” pode ser um lema para as jornadas de descoberta na plataforma.

📘 Seção 6: Ito’s Pangea (Conclusão)

A conclusão reforça a ideia de que, desde o Iluminismo, os domínios da exploração humana foram isolados. No entanto, na “Era do Entrelaçamento”, essa separação se dissolve, assim como o “emaranhamento quântico” descreve partículas cujo estado só pode ser entendido em conjunto. As taxonomias se tornam disfuncionais. Com novas tecnologias de fabricação, as escalas de síntese (‘escrever’ o mundo) aproximam-se das escalas de análise (‘ler’ o mundo), permitindo um nível granular de criação e interação, como próteses impressas em 3D a partir de ressonâncias magnéticas. O MIT Media Lab (“Ito’s Pangea”) é citado como um lugar que prospera nesse entrelaçamento, produzindo a “mídia” que faz o KCC girar.

  • Ponto central: Na “Era do Entrelaçamento”, as barreiras disciplinares colapsam em uma “Pangeia” de informação e criação, onde síntese e análise se aproximam, permitindo novas formas de expressão e interação com o mundo.
  • Exemplo marcante: A analogia “Se o Iluminismo foi a salada, o Entrelaçamento é a sopa. Na Era do Entrelaçamento torna-se impossível discernir um ingrediente do outro.”.
  • Conexão com ExtraLibris: A ExtraLibris pode se posicionar como uma “Pangeia de conhecimento”, um espaço onde os “ingredientes” de diferentes disciplinas se misturam para criar novas compreensões e experiências. A plataforma pode facilitar a “leitura” e a “escrita” do mundo de formas entrelaçadas, incentivando os participantes a serem “almas livres e solistas livres na Era do Entrelaçamento”.

“ExtraLibris®.