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Cats, Carpenters, and Accountants – Bibliographical Foundations of Information Science

Cats, Carpenters, and Accountants – Bibliographical Foundations of Information Science

por Wayne de Fremery

Uma defesa abrangente da bibliografia como infraestrutura na ciência da informação.

Cats, Carpenters, and Accountants argumenta que a bibliografia desempenha um papel fundamental dentro da ciência da informação como infraestrutura e, como toda infraestrutura, precisa e merece atenção. A provocação cuidadosa de Wayne de Fremery posiciona a bibliografia como um meio para servir aos muitos fins perseguidos pelos cientistas da informação. Ele explica que práticas bibliográficas, como a enumeração e a descrição, estão no centro das práticas de conhecimento e dos empreendimentos culturais — mas esse tipo de infraestrutura é difícil de enxergar. Neste livro, ele as revela e mostra como formulam informação e significado, inteligência artificial e conhecimento humano.

Apoiando-se em pesquisas de áreas tão diversas quanto ciência de dados, aprendizado de máquina, poesia coreana e história da bibliografia, de Fremery defende o entendimento da bibliografia como um modo generativo de prestar contas sobre o que foi recebido como dado — algo que ele chama de “contabilidade de marcenaria” (carpentry-accounting). Fazendo referência a um debate bem conhecido na tradição bibliográfica anglo-americana — que envolve um gato voluntarioso —, ele sugere que a bibliografia e os bibliografadores são figuras intencionalmente marginais que, paradoxalmente, realizam um trabalho essencial em apoio aos diversos fins disciplinares que, de maneira mais ou menos coesa, configuram a ciência da informação como campo. Quando prestamos atenção a esse trabalho marginal, mas essencial, de prestar contas sobre aquilo que a humanidade moldou como conhecimento registrado, torna-se mais fácil considerar as maneiras pelas quais esses relatos humanos podem nos servir — e, às vezes, nos ferir. Relevante para estudiosos e estudantes das ciências às humanidades, Cats, Carpenters, and Accountants é um argumento altamente original a favor da bibliografia como uma força marginal, mas fundamentalmente poderosa, na configuração da ciência da informação enquanto campo — e das maneiras como conhecemos.

Introdução – Enumeration and Description as Bibliographical Infrastructure

(1) Explicação:
Na introdução, Wayne de Fremery apresenta o argumento central do livro: que a bibliografia — entendida como o conjunto de práticas de enumeração e descrição — constitui a infraestrutura intelectual da ciência da informação, mesmo quando invisibilizada. Ele justifica essa proposta a partir de sua experiência pessoal entre literatura, edição e empreendedorismo, e estabelece a metáfora dos “gatos, carpinteiros e contadores” para representar as figuras marginais, construtivas e administrativas do campo.

(2) Ponto central:
A bibliografia é uma forma de “infraestrutura invisível” que sustenta o conhecimento moderno, mas precisa ser revalorizada e redescoberta como um campo dinâmico e crítico — especialmente na era dos algoritmos e da IA.

(3) Exemplo marcante:
A comparação entre o teorema da incompletude de Gödel e o poema “Diagnosis 0:1” de Yi Sang serve como ponto de partida para mostrar como enumeração e descrição — métodos centrais à bibliografia — permitem explorar as fronteiras do conhecimento, inclusive em domínios formais e artísticos​Cats, Carpenters, and A….

(4) Conexão com a ExtraLibris:
A introdução legitima o uso da bibliografia como linguagem crítica e criativa na construção de ambientes figitais. A ideia de bibliografia como infraestrutura que “organiza o visível” está diretamente ligada ao conceito da ExtraLibris de curadorias que tornam os mecanismos de mediação cultural visíveis e discutíveis.

Capítulo 1 – Bibliographical Variations: Cats and Copies

(1) Explicação:
Este capítulo introduz a diversidade das práticas bibliográficas ao explorar como conceitos como “registro”, “cópia” e “descrição” se transformaram ao longo do tempo, especialmente na transição da materialidade do texto para representações formais e digitais. A referência a Walter Benjamin e D.F. McKenzie ajuda a entender como o objeto “livro” pode ser pensado como expressão cultural múltipla.

(2) Ponto central:
A instabilidade dos conceitos bibliográficos desafia uma visão puramente técnica da descrição; é necessário considerar a historicidade e as camadas interpretativas dos registros.

(3) Exemplo marcante:
A análise da palavra “copy” revela sua ambiguidade histórica — tanto um exemplar físico quanto uma reprodução conceitual — o que problematiza os sistemas bibliográficos modernos.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Esse capítulo fundamenta a abordagem figital da ExtraLibris ao valorizar a multiplicidade de significados e formas dos objetos culturais, além de questionar a homogeneização dos metadados.

Capítulo 2 – Classification: Carpenters and Lists

(1) Explicação:
O foco se desloca para os sistemas de classificação e ordenamento. Inspirando-se em Bowker & Star, Belknap e Star, o capítulo mostra como listas e taxonomias moldam as práticas bibliográficas — não apenas como ferramentas neutras, mas como atos sociais e políticos.

(2) Ponto central:
A classificação não é um processo objetivo, mas sim um exercício de poder e exclusão que reflete disputas sobre o que deve ser lembrado, acessado ou marginalizado.

(3) Exemplo marcante:
A noção de “marginalidade” usada por Susan Leigh Star demonstra como a pertença a múltiplos sistemas pode gerar novas camadas de significado — como no caso de indivíduos ou objetos que não se encaixam perfeitamente em uma única categoria.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Reforça a importância das curadorias múltiplas e colaborativas na plataforma, desafiando taxonomias fixas e propondo exposições e agrupamentos abertos a reinterpretações.

Capítulo 3 – Order and Lists: The Power of Enumeration

(1) Explicação:
Este capítulo aprofunda o impacto da enumeração como uma forma de controle epistêmico e cognitivo. Através de Foucault e Borges, é explorada a artificialidade da ordem imposta pelos sistemas bibliográficos.

(2) Ponto central:
Enumerar é ordenar e, portanto, também delimitar o possível. As listas organizam o mundo, mas também o filtram e o empobrecem.

(3) Exemplo marcante:
A evocação do ensaio de Borges sobre John Wilkins revela o absurdo latente nas taxonomias — como uma lista de animais onde aparecem categorias como “pertencentes ao imperador” ou “que quebraram um vaso”.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Essa crítica da enumeração estimula a criação de ambientes figitais onde a ordem é construída com os participantes, promovendo mais liberdade interpretativa e inclusão de múltiplas vozes.

Capítulo 4 – Worlds and Meanings: Umwelt and Bibliographic Description

(1) Explicação:
Explora a teoria de Jakob von Uexküll sobre o “umwelt” — o mundo como percebido por cada ser — para repensar a descrição bibliográfica. Cada “leitor” ou sistema interage com o objeto cultural a partir de seu próprio conjunto de significados.

(2) Ponto central:
A descrição bibliográfica precisa reconhecer que os significados não estão nos objetos em si, mas nas relações entre objeto e intérprete.

(3) Exemplo marcante:
A análise das interfaces técnicas como objetos descritos (via Madeleine Akrich) aponta como a “inscrição” dos usos esperados num artefato informa e limita sua apropriação.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Essa perspectiva fortalece o entendimento figital da estante como ambiente de múltiplas leituras possíveis — cada uma baseada no repertório, interesse e trajetória do participante.

Capítulo 5 – Description and Interpretation: Accountants and Affordances

(1) Explicação:
O capítulo final examina como a descrição se conecta com interpretação, subjetividade e visualização — enfatizando o papel das affordances (potencialidades de uso percebidas) e da visualização como prática hermenêutica, com base em Johanna Drucker.

(2) Ponto central:
A descrição não é uma operação neutra: ela cria mundos possíveis, molda a interpretação e produz sentidos novos.

(3) Exemplo marcante:
A obra de Drucker sobre visualização humanista revela como mesmo gráficos e tabelas carregam intencionalidades culturais e filosóficas.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Funda a importância dos painéis interativos e das exposições visuais como parte da leitura e da curadoria cultural, legitimando o papel do design e da interação nos ambientes figitais.

Capítulo 6 – Describing the Archimedes Palimpsest

(1) Explicação:
Este capítulo usa o projeto de descrição e recuperação digital do Palimpsesto de Arquimedes como caso exemplar para explorar como a bibliografia contemporânea incorpora elementos de arqueologia, ciência de dados e conservação. A obra ilustra os desafios materiais, técnicos e interpretativos de lidar com documentos complexos e danificados.

(2) Ponto central:
A descrição bibliográfica moderna exige práticas interdisciplinares, combinando técnicas científicas e hermenêuticas para revelar múltiplos níveis de informação invisíveis a olho nu.

(3) Exemplo marcante:
Doug Emery e sua equipe utilizaram espectroscopia e imageamento multiespectral para recuperar camadas invisíveis do manuscrito, evidenciando como o que foi “apagado” ainda pode ser descrito e interpretado.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Inspira práticas figitais na ExtraLibris ao valorizar os processos de escavação e reconstrução de sentidos, promovendo uma curadoria que vai além da superfície dos objetos culturais.

Capítulo 7 – A Descriptive Account of Biological Metaphors in Bibliography

(1) Explicação:
O autor investiga como metáforas biológicas, especialmente aquelas relacionadas à “evolução” e “organismos vivos”, moldaram a prática bibliográfica. Trata-se de uma análise crítica das comparações entre bibliografia e métodos das ciências naturais.

(2) Ponto central:
As metáforas científicas na bibliografia não são neutras — elas estruturam como os objetos são descritos e compreendidos, influenciando inclusive decisões classificatórias e editoriais.

(3) Exemplo marcante:
O uso do termo “método de história natural” por Henry Bradshaw para descrever a organização bibliográfica mostra como os princípios da biologia foram incorporados nos sistemas de catalogação.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Criticar e deslocar essas metáforas permite uma abordagem mais cultural e artística da curadoria, alinhada à proposta da ExtraLibris de valorizar a diversidade interpretativa e estética dos acervos.

Capítulo 8 – New Bibliographical Description

(1) Explicação:
Este capítulo aborda a transição da bibliografia analítica tradicional (Greg-Bowers) para modelos mais interpretativos e plurais, como a “sociologia dos textos”. Discute como a noção de “descrição ideal” foi sendo substituída por enfoques contextuais.

(2) Ponto central:
A bibliografia não deve buscar uma “cópia ideal”, mas sim documentar os múltiplos estados e intenções presentes em cada versão de um texto.

(3) Exemplo marcante:
McKenzie e McGann propõem que a descrição bibliográfica inclua não apenas o texto, mas também as práticas sociais que o moldaram — do autor ao leitor.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Confirma o modelo de curadoria conectada e participativa da ExtraLibris, onde o valor de um item está em sua rede de significados e relações, e não em uma suposta essência.

Capítulo 9 – Bibliographical Description, “Printers of the Mind,” and the Sociology of Texts

(1) Explicação:
Amplia as ideias do capítulo anterior ao focar especificamente na crítica de McKenzie à “New Bibliography” e sua famosa conferência “Printers of the Mind”. Aqui, a produção do livro é vista como prática coletiva e social, não apenas técnica.

(2) Ponto central:
A descrição bibliográfica precisa dar conta da complexidade das redes humanas e materiais envolvidas na produção textual.

(3) Exemplo marcante:
McKenzie mostra que muitos erros na bibliografia tradicional resultam de negligenciar contextos sociais como relações de trabalho nas tipografias e variações de circulação.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Justifica o foco da ExtraLibris na exposição dos processos de mediação cultural, em que livros e objetos são pensados como produtos coletivos e contextuais, não entidades fixas.

Capítulo 10 – Models, Modeling, and the Socialization of Data

(1) Explicação:
Este capítulo faz uma analogia entre a construção de modelos em ciência de dados e a prática bibliográfica. Sugere que ontologias, gráficos de conhecimento e modelagens algorítmicas são formas contemporâneas de descrição bibliográfica.

(2) Ponto central:
Modelos computacionais também são interpretações — eles moldam a forma como dados “brutos” são entendidos e utilizados, carregando pressupostos filosóficos e sociais.

(3) Exemplo marcante:
O uso do RDF e dos gráficos de conhecimento no contexto da Web Semântica é apresentado como prática de “edição” e descrição similar ao que McGann propunha para textos literários.

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Fortalece a integração entre sistemas digitais e curadorias figitais, mostrando que dados e metadados são sempre produtos culturais e, portanto, também passíveis de curadoria e crítica.

Capítulo 11 – Data Science and Machine Learning as New Bibliographical Description

(1) Explicação:
Este capítulo traça um paralelo entre os métodos indutivos da Nova Bibliografia (como os de W.W. Greg e Fredson Bowers) e as práticas contemporâneas da ciência de dados e aprendizado de máquina. Ambos trabalham com a coleta de dados documentais para construir modelos descritivos que servem como padrões ou hipóteses comparativas.

(2) Ponto central:
A prática bibliográfica pode ser entendida como uma forma primitiva de ciência de dados: tanto os bibliografistas quanto os cientistas de dados buscam padrões inferenciais que ajudem a interpretar conjuntos complexos de informação.

(3) Exemplo marcante:
Modelos de aprendizado de máquina são apresentados como novas formas de descrição bibliográfica, utilizando inferências semelhantes às que fundamentavam as edições críticas e descrições analíticas do passado​Cats, Carpenters, and A….

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Este capítulo oferece base teórica para integrar métodos de inteligência artificial à curadoria figital, legitimando o uso de algoritmos como parte do processo interpretativo e não apenas técnico.

Capítulo 12 – Bibliography and the Sociology of Data

(1) Explicação:
Aqui, a crítica à bibliografia como ciência indutiva é expandida para analisar o funcionamento dos modelos de machine learning. Com base em autores como McKenzie, Patrick Wilson e Russell, o capítulo problematiza a noção de que inferências computacionais são neutras ou precisas.

(2) Ponto central:
Mesmo poderosos, os modelos de IA operam com “palpites plausíveis” e podem reproduzir formas profundas de exploração e desigualdade. A descrição bibliográfica deve incluir também o contexto e os vieses desses modelos.

(3) Exemplo marcante:
A proposta de imaginar contrafactuais — cenários alternativos — é sugerida como uma forma ética de avaliar os efeitos dos modelos computacionais, indo além das métricas tradicionais​Cats, Carpenters, and A….

(4) Conexão com a ExtraLibris:
Reforça a necessidade de contextualização crítica de qualquer ferramenta digital usada em ambientes figitais, reafirmando o papel das bibliotecas como espaços de reflexão sobre as tecnologias que mediamos.

Coda – Our “Age of Algorithms”

(1) Explicação:
A coda funciona como uma meditação crítica sobre a era atual, marcada pela modelagem algorítmica de praticamente todas as esferas da vida. Retoma questões centrais do livro, como a relação entre descrição, poder e mediação cultural, e propõe que a bibliografia é uma infraestrutura fundamental da experiência contemporânea.

(2) Ponto central:
Estamos cercados por modelos que organizam nossas vidas — do Google Maps ao Tinder, do sistema judiciário aos diagnósticos médicos. A pergunta que permanece é: como vamos descrever, interpretar e re-apresentar esses sistemas para que futuros leitores possam compreendê-los?

(3) Exemplo marcante:
A metáfora das estantes que ainda precisam ser construídas para arquivar os modelos de recomendação algorítmica — como aqueles usados por redes sociais ou agências de inteligência — encapsula o desafio atual da bibliografia​Cats, Carpenters, and A…​Cats, Carpenters, and A…​Cats, Carpenters, and A….

(4) Conexão com a ExtraLibris:
A coda legitima e inspira o papel da ExtraLibris como plataforma de curadoria figital voltada à documentação crítica da cultura algorítmica. Estimula a criação de exposições que não apenas mostram objetos, mas também os sistemas que os descrevem, recomendam e regulam.


LUGAR: Leituras ExtraLibris

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