Durante a pesquisa empírica foram identificados um total de 62 (sessenta e dois) pesquisadores e seus respectivos sites distribuídos entre as três grandes áreas definidas pela Capes (Ciências da Vida; Ciências Exatas, Tecnológicas, Multidisciplinar e Humanidades) e analisados de acordo com os critérios de análise das ações de engajamento, conforme definidos na metodologia e análise no item 6.1.
Para os 62 (sessenta e dois) pesquisadores identificados foi enviado um e-mail solicitando que respondessem ao questionário sobre suas ações de colaboração, com link para o questionário online. Foram obtidas respostas de 6,45% (04 quatro) dos pesquisadores apesar do e-mail ter sido enviado 03 (três) vezes. Por meio do Mailchimp, verificou-se que 30% (19 pesquisadores internacionais) abriram a mensagem, sendo que 4,85% (3 pesquisadores) da universidade de Cambridge responderam ao questionário. Da universidade de Harvard não foi obtida nenhuma resposta. 9,75% (6 pesquisadores nacionais) abriram a mensagem, sendo que 1,61% (1 pesquisador nacional) da UFRJ respondeu a mensagem. Da USP não foi obtida nenhuma resposta.
Importante ressaltar que mesmo que sites pessoais de pesquisadores não tenham sido identificados nas buscas pelos diretórios acadêmicos, não significa que uma série de pesquisadores não possua sites pessoais, mas sim que, estes sites não são divulgados oficialmente por suas respectivas instituições de pesquisa.
Como critério de pesquisa estabeleceu-se que seriam identificadas fontes de informação acadêmicas oficiais, ou seja, as que formalmente são vinculadas e divulgadas pelos sites institucionais. Foram propositalmente desconsiderados, pela necessidade de recortar a pesquisa, uma série de iniciativas individuais dos pesquisadores para a construção de seus sites pessoais.
6.1 ANÁLISE DOS SITES DOS PESQUISADORES
A análise dos 62 (sessenta e dois) sites de pesquisadores identificados foi realizada em três etapas distribuídas nas três subseções a seguir.
Na primeira etapa foi realizada uma análise quantitativa, identificando a distribuição dos sites de pesquisadores que foram encontrados para análise, de acordo com cada um dos Colégios, Grandes Áreas e Áreas de Pesquisa acadêmica da tabela das Áreas de Avaliação da Capes.
Na segunda etapa foi feita uma análise tanto dos sites institucionais, quanto dos sites dos pesquisadores encontrados a partir dos sites institucionais, de acordo com os critérios de abertura (openness) e governança de tecnologia da informação. Identificando se são adotados padrões tanto de conteúdo aberto, quanto de software aberto. Além da identificação relacionada a governança da tecnologia da informação, se os domínios dos sites dos pesquisadores são institucionais, se utilizam algum serviço de instituição privada externo às suas universidades, ou se possuem um domínio próprio característico da utilização da assinatura de algum serviço de hospedagem externo.
Na terceira etapa foi realizada a análise do nível de engajamento dos sites identificados. Procurando desta forma identificar as ações dos pesquisadores acadêmicos na web. Identificando comparativamente se dentro dos três Colégios de pesquisa de acordo com o critério da Capes, existem diferenças significativas no nível de engajamento. Por exemplo, no Colégio de Humanidades as ações de produção e compartilhamento são mais evidentes do que no Colégio de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar e Ciências da Vida.
6.1.1 Distribuição dos Sites para Análise
Em relação à origem dos 62 sites de pesquisadores encontrados: 75,8% (47 sites) são internacionais, enquanto 24,2% (15 sites) são nacionais; Conforme o gráfico 1, a seguir:
Gráfico 1: Origem
Em Harvard foram encontrados 25 sites (40,32%), enquanto Cambridge teve 22 sites (35,48%) do total de 62 sites de pesquisadores encontrados e analisados; Conforme o gráfico 2, a seguir:
Gráfico 2: Universidades Internacionais
Importante observar que não existe diferença significativa na quantidade de sites encontrados em Harvard e Cambridge. Em ambas os sites dos departamentos de pesquisa de ambas as universidades era possível navegar e identificar com facilidade informações sobre seu corpo docente, e quais destes possuem sites pessoais ou não.
Na USP foram encontrados 8 sites (12,91%), enquanto que na UFRJ foram identificados 7 sites (11,29%) que foram analisados; Conforme o gráfico 3, a seguir:
Gráfico 3: Universidades Nacionais
Os 62 sites estão distribuídos de acordo com os denominados Colégios segundo a tabela das Áreas de Avaliação da Capes da seguinte forma, 40,33% (25 sites) do Colégio de Humanidades, 38,70% (24 sites) do Colégio de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar, 20,97% (13 sites) do Colégio de Ciências da Vida; Conforme o gráfico 4, a seguir:
Gráfico 4: Colégios de Pesquisa
Vinculado ao Colégio de Ciências da Vida, foram identificados sites na Grande Área de Ciências Biológicas representando 14,52% (9 sites) do total de sites encontrados, enquanto que os sites na Grande Área de Ciências da Saúde representam 6,45% (4 sites); Conforme o gráfico 5, a seguir:
Gráfico 5: Colégio de Ciências da Vida
Todos os 9 sites (14,52%) encontrados dentro da Grande Área de Ciências Biológicas encontrados foram da área de Morfologia/ Fisiologia / Bioquímica / Biofísica / Farmacologia conforme o gráfico 6, a seguir:
Gráfico 6: Grande Área de Ciências Biológicas
Todos os 4 sites (6,45%) encontrados dentro da Grande Área de Ciências da Saúde foram da área de Medicina conforme o gráfico 7, a seguir:
Gráfico 7: Grande Área de Ciências da Saúde
Dentro do Colégio de Ciências Exatas e da Terra, Tecnológicas e Multidisciplinar foram identificados 24 sites (38,70%). Todos dentro da Grande Área de Ciências Exatas e da Terra conforme o gráfico 8, a seguir:
Gráfico 8: Colégio de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar
Dos 24 sites (38,70%) sites analisados da Grande Área de Ciências Exatas e da Terra foram identificados, 9 sites (14,52%) da área de Matemática, 8 sites (12,91%) da área de Física, 7 sites (11,29%) da área de Ciência da Computação, conforme o gráfico 9, a seguir:
Gráfico 9: Área de Ciências Exatas e da Terra
Os sites analisados da Escola de Humanidades representam 40,32% (25 sites) do total. Distribuídos em 17,74% (11 sites) da Grande Área de Ciências Humanas, 12,91% (8 sites) sites da Grande Área de Ciências Sociais Aplicadas, 9,67% (6 sites) sites da Grande Área de Linguística, Letras e Artes; Conforme o gráfico 10, a seguir:
Gráfico 10: Colégio de Humanidades
Dos 11 sites (17,74%) analisados da Grande Área de Ciências Humanas foram identificados 7 sites (11,29%) de área de Educação e 4 sites (6,45%) da área de Filosofia; Segundo o gráfico 11, a seguir:
Gráfico 11: Grande Área de Ciências Humanas
Dos 8 sites (12,91%) analisados da Grande Área de Ciências Sociais Aplicadas, foram identificados 4 sites (6,45%) de área de Direito e 4 sites (6,45%) da área de Economia; Segundo o gráfico 12, a seguir:
Gráfico 12: Grande Área de Ciências Sociais Aplicadas
Os 6 sites (9,67%) analisados da Grande Área de Linguística, Letras e Artes, foram da área de Letras e Linguística, seguindo o gráfico 13, a seguir:
Gráfico 13: Grande Área de Linguística, Letras e Artes
A distribuição consolidada dos 62 sites (100%) de pesquisadores identificados de acordo as áreas e colégios do conhecimento pode ser consultada no Quadro 11 a seguir:
Quadro 11 – Distribuição dos sites por Áreas e Colégios de Pesquisa
ÁREA |
Nº DE SITES |
PERCENTAGEM |
Bioquímica/Biofísica/Farmacologia |
9 sites |
14,52% |
Medicina |
4 sites |
6,45% |
COLÉGIO CIÊNCIAS DA VIDA |
13 sites |
20,97% |
Física |
8 sites |
12,91% |
Ciência da Computação |
7 sites |
11,29% |
Matemática |
9 sites |
14,52% |
COLÉGIO CIÊNCIAS EXATAS |
24 sites |
38,70% |
Educação |
7 sites |
11,29% |
Filosofia |
4 sites |
6,45% |
Direito |
4 sites |
6,45% |
Economia |
4 sites |
6,45% |
Letras / Linguística |
6 sites |
9,67% |
COLÉGIO HUMANIDADES |
25 sites |
40,33% |
TOTAL |
62 sites |
100% |
Nas universidades estrangeiras (Cambridge e Harvard) foi possível identificar sites de pesquisadores em todas as áreas do conhecimento pré-selecionadas. Sendo 19,35% (12 sites) do Colégio de Ciências da Vida, 19,35% (12 sites) do Colégio de Ciências Exatas e 37,09% do Colégio de Humanidades.
Nas universidades nacionais (UFRJ e USP) foram identificados sites de pesquisadores na seguinte distribuição, 19,35% (12 sites) no Colégio de Ciências Exatas, 3,22% (2 sites) no Colégio de Humanidades e 1,61% (1 site) no Colégio de Ciências da Vida.
Nas universidades nacionais analisadas é mais evidente a existência de sites de pesquisadores no Colégio de Ciências Exatas, enquanto que nas universidades estrangeiras analisadas é mais expressiva a quantidade de sites no colégio de Humanidades.
A existência de mais sites identificados na área de exatas no Brasil, em comparação a de Humanidades em sites internacionais pode ser devido a característica de pesquisadores do Colégio de Exatas no Brasil se apropriarem das tecnologias para a construção dos seus respectivos sites pessoais. Enquanto que em universidades estrangeiras, a oferta de serviços de apoio aos pesquisadores é mais evidente, devido à variedade de soluções distintas encontradas para a plataforma de seus sites pessoais. O Quadro 12 mostra os sites analisados, conforme a categorização por áreas de pesquisa e universidade.
Quadro 12: Distribuição dos sites por Áreas de Pesquisa e Universidades
ÁREA |
SITES |
CAMBRIDGE |
HARVARD |
UFRJ |
USP |
Bioquímica/Biofísica/Farmacologia |
9 |
4 |
4 |
0 |
1 |
Medicina |
4 |
2 |
2 |
0 |
0 |
CIÊNCIAS DA VIDA |
13 |
6 |
6 |
0 |
1 |
Física |
8 |
2 |
2 |
2 |
2 |
Ciência da Computação |
7 |
2 |
2 |
2 |
1 |
Matemática |
9 |
2 |
2 |
2 |
3 |
CIÊNCIAS EXATAS |
24 |
6 |
6 |
6 |
6 |
Educação |
7 |
2 |
5 |
0 |
0 |
Filosofia |
4 |
2 |
2 |
0 |
0 |
Direito |
4 |
2 |
2 |
0 |
0 |
Economia |
4 |
2 |
2 |
0 |
0 |
Letras / Linguística |
6 |
2 |
2 |
1 |
1 |
HUMANIDADES |
25 |
10 |
12 |
0 |
1 |
TOTAL |
62 |
22 |
24 |
7 |
8 |
Em Harvard e Cambridge foi identificada a quantidade de sites, de acordo com o planejado e informado na metodologia. Já na UFRJ e USP não foram identificados os sites previstos no planejamento, que considerava identificar um total de 88 sites de pesquisadores de universidades estrangeiras e nacionais.
Sobressai-se o número de sites de pesquisadores de universidades estrangeiras atendendo aos critérios da pesquisa. Em ambas as universidades estrangeiras analisadas (Harvard e Cambridge) existe uma preocupação em apresentar informações sobre os pesquisadores. Mesmo nos sites institucionais em que não foram encontradas ligações para os sites pessoais de pesquisadores, é possível encontrar informações sobre os mesmos publicados na maioria dos sites dos departamentos de pesquisa. No caso do Brasil, é importante considerar que a Plataforma Lattes, mantida pelo CNPq, traz informações bastante completas sobre os pesquisadores. Desta forma, os sites das universidades brasileiras costumam ter um link para a página do pesquisador no Lattes, substituindo detalhes a seu respeito de sua produção.
As diferenças na quantidade de sites encontrados nas universidades estrangeiras em relação às universidades nacionais, pode estar relacionado à utilização da plataforma Lattes como recurso oficial para a disseminação das informações acadêmicas – enquanto que nas universidades estrangeiras analisadas, cabe a cada departamento de pesquisa investir em tais recursos para a disseminação da informação.
6.1.2 Análise de Critérios de Abertura e Domínio de Acesso aos Sites
Os critérios de abertura e domínio estão relacionados à governança das tecnologias da informação e comunicação (TIC). A partir destes é possível reconhecer se as instituições de pesquisa adotam políticas específicas para criação de sites, tanto dos departamentos de pesquisa associados às áreas de pesquisa da Capes, quanto aqueles diretamente relacionados aos pesquisadores, em relação à adoção de softwares e acesso a conteúdos em padrões abertos.
A identificação dos sites dos pesquisadores para a pesquisa empírica ocorreu a partir da busca em sequência. Esta busca teve inicio a partir da identificação dos sites institucionais de Cambridge, Harvard, UFRJ e USP, em seguida, a partir destes procurou-se pelos sites específicos dos departamentos de pesquisa. A partir dos sites das áreas de pesquisa foram identificadas as ligações para os sites pessoais dos pesquisadores. No Quadro 13, a seguir, estão listados os sites dos departamentos de pesquisa que foram utilizados para busca dos sites pessoais dos pesquisadores:
Quadro 13: Sites dos departamentos de pesquisa por área em suas respectivas universidades*
ÁREA |
CAMBRIDGE |
HARVARD |
UFRJ |
USP |
BIOLOGIA |
sysbiol.cam.ac.uk |
hms.harvard.edu |
biologia.ufrj.br |
ib.usp.br |
C. COMPUTAÇÃO |
cl.cam.ac.uk |
seas.harvard.edu |
cos.ufrj.br |
ime.usp.br |
DIREITO |
law.cam.ac.uk |
law.harvard.edu |
direito.ufrj.br |
direito.usp.br |
ECONOMIA |
econ.cam.ac.uk |
economics.harvard.edu |
ie.ufrj.br |
fea.usp.br |
EDUCAÇÃO |
educ.cam.ac.uk |
gse.harvard.edu |
educacao.ufrj.br |
fe.usp.br |
FARMÁCIA |
phar.cam.ac.uk |
bcmp.med.harvard.edu |
farmacia.ufrj.br |
fcfrp.usp.br |
FILOSOFIA |
phil.cam.ac.uk |
philosophy.fas.harvard.edu |
ppgf.org |
filosofia.fflch.usp.br |
FÍSICA |
phy.cam.ac.uk |
seas.harvard.edu |
if.ufrj.br |
if.usp.br |
LINGUÍSTICA |
mml.cam.ac.uk |
linguistics.fas.harvard.edu |
letras.ufrj.br |
linguistica.fflch.usp.br |
MATEMÁTICA |
damtp.cam.ac.uk |
math.harvard.edu |
pgmat.im.ufrj.br |
ime.usp.br |
MEDICINA |
med.cam.ac.uk |
hms.harvard.edu |
medicina.ufrj.br |
fm.usp.br |
* Inserir www na frente de cada link para garantia de acesso ao site pelo navegador.
Em Harvard foi encontrada a maior variedade de tipos de plataformas para a construção dos sites dos departamentos de pesquisa. O que demonstra que cada departamento possuí autonomia para a contratação de serviços especializados para o desenvolvimento e implementação de suas plataformas para disseminação da informação acadêmica.
Em Cambridge foi identificado que todos os sites dos departamentos de pesquisa compartilham de uma única plataforma em software aberto. A universidade de Cambridge utiliza a plataforma Drupal em sua última versão, a mesma que o site de Cambridge utiliza , funcionando como um portal. Estes sites funcionam como catálogos acadêmicos com informações sobre o corpo docente.
Na maioria dos sites de departamentos de pesquisa nas universidades nacionais analisadas, a ênfase é maior na publicação de uma ligação para o Currículo Lattes dos pesquisadores. Não ficou evidente que os sites dos departamentos divulguem iniciativas pessoas dos pesquisadores, como a criação de seus sites pessoais. Por isso a dificuldade de identificação destes sites em comparação com as universidades estrangeiras, mesmo considerando a possibilidade de que os mesmos possam existir.
Dos 62 sites analisados 70,96% (44 sites) estão vinculados aos seus respectivos sites institucionais utilizando subdomínios ou subdiretórios, 16,12% (10 sites) dos pesquisadores utilizam um domínio próprio para acesso aos seus sites pessoais e 12,90% (8 sites) utilizam plataformas organizações privadas na web para criação de seus respectivos sites pessoais. Conforme o Gráfico 14, a seguir:
Gráfico 14: Domínio de acesso aos sites dos pesquisadores
Dos 62 sites de pesquisadores analisados foram identificados que 29,03% (18 sites) de pesquisadores utilizam software aberto como plataforma para criação de seus respectivos sites pessoais e 3,22% (2 sites) disponibilizam seus conteúdos de acordo com os critérios de abertura. Conforme o Gráfico 15 a seguir:
Gráfico 15: Abertura (openness)
A partir destes dados é possível reconhecer que a adesão de modelos de licenciamento de conteúdos em padrões abertos pela comunidade acadêmica não é significativa em relação à adesão a plataformas em código aberto.
6.1.2 Análise do Nível de Engajamento
Todos os sites identificados foram analisados de acordo com o modelo de análise do nível de engajamento criado como instrumento para a pesquisa. Dos 62 sites 48,38% (30 sites) estão no segundo nível, com ações de compartilhamento; 37,10% (23 sites) estão no primeiro nível, em que os pesquisadores realizam ações de disseminação da informação; 12,90% (8 sites) estão no terceiro nível, com ações de produção de conteúdos e 1,61% (1 site) está no quarto nível com ações de curadoria, de acordo com o Gráfico 16 a seguir:
Gráfico 16: Nível do Engajamento
Uma característica comum a todos os sites que está relacionada às motivações para a sua criação – que serão abordadas na seção 6.2 Análise das Ações de Colaboração – é que as ações que se destacam são as de compartilhamento de conteúdo. Pois para as ações de disseminação da informação (de acordo com os critérios definidos para a pesquisa) são possíveis de realização diretamente tanto nos sites dos departamentos de pesquisa, quanto no Currículo Lattes dos pesquisadores nacionais.
As ações de disseminação da informação são distribuídas da seguinte forma nos sites identificados: 85,40% (53 sites) dos pesquisadores disseminam referências de suas publicações acadêmicas; 80,40% (50 sites) dos pesquisadores listam e descrevem os projetos de pesquisa que são responsáveis e/ou estão envolvidos; 50% (31 sites) dos pesquisadores utilizam os seus respectivos sites para publicar informações a respeito dos cursos e disciplinas que ministram em suas respectivas instituições de ensino; 16,12% (10 sites) dos pesquisadores divulgam prêmios recebidos pelas suas realizações em pesquisa; 12,90% (8 sites) dos pesquisadores publicam informações a respeito de suas participações em eventos e divulgam eventos específicos em seus respectivos sites; 8,06% (5 sites) publicam resumos sobre suas publicações acadêmicas, de acordo com o Gráfico 17 a seguir:
Gráfico 17: Disseminação da Informação
As ações de disseminação da informação mais comuns estão relacionadas à publicação de referências da produção acadêmica dos pesquisadores e descrição de seus respectivos projetos de pesquisa. Estas ações também são as mais frequentemente identificadas nos sites dos próprios departamentos de pesquisa, principalmente nos das universidades estrangeiras.
As ações de compartilhamento foram identificadas de acordo com a seguinte distribuição: 61,30% (38 sites) dos pesquisadores compartilham seus artigos acadêmicos em acesso aberto utilizando seus sites pessoais; 4,83% (3 sites) compartilham dados de pesquisa.;11,29% (7 sites) compartilham suas respectivas dissertações e teses. 12,90% (8 sites) compartilham seus livros; 16,12% (10 sites) compartilham relatórios de pesquisa, de acordo com o Gráfico 18 a seguir:
Gráfico 18: Compartilhando Conteúdo
A maioria dos pesquisadores utiliza seus sites pessoais como plataforma pessoal para o compartilhamento de seus artigos acadêmicos em acesso aberto. Tal comportamento está em consonância com o relatório da Unesco (2012) sobre a crescente criação de sites pessoais de pesquisadores como recurso para o acesso aberto às suas publicações acadêmicas.
As plataformas utilizadas para a criação de sites pessoais de pesquisadores não possuem recursos nativos para o efetivo tratamento e preservação dos artigos, como a de repositórios digitais criados especialmente com esta preocupação. No entanto, a utilização de sites pessoais em detrimento de recursos como repositórios, tem relação com características da gestão do conhecimento e colaboração, no entendimento de que o conhecimento é socialmente produzido pelos indivíduos e reside nas pessoas, não nos documentos, nos quais se registram informações. Então, para que a produção de novos conhecimentos seja efetiva, é importante relacionar cada vez mais a identidade dos pesquisadores com a sua produção acadêmica.
As ações de produção foram identificadas em 19,90% (8 sites) de todos os pesquisadores identificados. Destes 11,29% (7 sites) utilizam e escrevem posts em blogs vinculados aos seus respectivos sites pessoais; 9,67% (6 sites) produzem apresentações;8,06% (5 sites) produzem vídeos; 6,45% (4 sites) publicam suas entrevistas. Conforme o Gráfico 19 a seguir:
Gráfico 19: Produzindo Conteúdo
A utilização de blogs é a ação de produção para a web mais comum entre os pesquisadores. Os próprios blogs tornaram-se símbolos na internet na chamada web 2.0, no início de um movimento em que as pessoas passaram a tornar-se o centro das atenções no desenvolvimento de novas plataformas e soluções tecnológicas – que em seu estágio atual esta orientada para a consumerização da tecnologia da informação e utilização dos dispositivos móveis.
É importante ressaltar que são levados em consideração nesta pesquisa os blogs vinculados aos sites pessoais de pesquisadores. Ou seja, uma série de pesquisadores de todos os sites de departamento analisados podem utilizar blogs em outros recursos e plataformas na web que não estão divulgados oficialmente nos diretórios acadêmicos e seus sites pessoais. Talvez devido ao caráter de utilização informal de plataformas na web pelos pesquisadores.
Para análise das ações de curadoria, utilizou-se um campo para análise descritiva de cada uma das ações de pesquisadores identificadas. De todos os 62 sites analisados apenas 1,61% (1 site de pesquisador internacional) possuí ações de curadoria, em que o pesquisador utiliza o site selecionando conteúdos relacionados a sua área de pesquisa e publicando em uma série de recursos distintos da web. Além de divulgar grupos de pesquisa e clubes de graduação relacionados aos seus interesses acadêmicos.
As ações de Curadoria Digital envolvem compreensão mais especializada do próprio campo de pesquisa e de recursos para recuperação da informação digital para a criação de um serviço especializado. Não é ainda uma prática comum identificada na web, pensar na curadoria como potencial para o desenvolvimento de serviços de informação especializados em problemas de pesquisa e áreas do conhecimento.
Geralmente as ações de curadoria digital são práticas mais comuns de entusiastas em áreas de conhecimento não acadêmico e o próprio campo da Ciência da Informação tem publicado sobre a sua importância. No entanto, a perspectiva do campo está orientada para questões relacionadas à digitalização e preservação de conteúdos em ambientes digitais. Enquanto que, o maior potencial para a curadoria digital, pode estar relacionado com a interseção do campo da Ciência da Informação com as correntes da ciência aberta e uma melhor orientação para os pesquisadores acadêmicos em relação à utilização de seus sites pessoais.
Estas são práticas e preocupações que já são comuns na aplicação da gestão do conhecimento nas organizações, em que são adotadas soluções tecnológicas para estabelecer uma relação entre a identidade dos profissionais, sua produção documental, seus projetos e competências em plataformas colaborativas nas organizações.
Na academia, o comportamento e a necessidade de compartilhar e colaborar está no cerne do próprio fazer ciência. No entanto, analisando as ações dos pesquisadores é possível perceber que existem diversas iniciativas isoladas e sem conexão, o que mostra não haver aproveitamento do potencial destes recursos – que têm sido utilizados na informalidade – para que se tornem mais frequentes na academia.
6.2 ANÁLISE DAS AÇÕES DE COLABORAÇÃO
O número de respostas foi equivalente a 6,45% (4 pesquisadores) do total dos 62 que foram contatados. Para análise das ações de colaboração será realizada uma divisão dos dados entre os respondentes das universidades nacionais e estrangeiras para comparação das respostas. Os rótulos dos gráficos representam o idioma que foi utilizado na distribuição dos questionários para os pesquisadores nacionais (português) e internacionais (inglês).
Os respondentes estão distribuídos em 4,83% (3 pesquisadores) de Cambridge e 1,61% (1 pesquisador) da UFRJ, conforme os Gráficos 20 e 21 a seguir:
Gráfico 20: Pesquisadores de Universidades Estrangeiras
Gráfico 21: Pesquisadores de Universidades Nacionais
A faixa etária dos 3 pesquisadores respondentes da universidade estrangeira (Cambridge) é de 3,22% (2 pesquisadores) entre 31 e 40 anos e 1,61% (1 pesquisador) entre 51 e 60 anos. Enquanto na universidade nacional (UFRJ) o único pesquisador respondente encontra-se na faixa de 51 e 60 anos, conforme os Gráficos 22 e 23 a seguir:
Gráfico 22: Faixa Etária dos Pesquisadores Internacionais
Gráfico 23: Faixa Etária dos Pesquisadores Nacionais
A faixa etária de todos os pesquisadores respondentes ficou entre os 30 e 60 anos de idade. É provável que esta seja a faixa etária representativa média dos pesquisadores que possuem uma quantidade suficiente de publicações acadêmicas a ponto de possuir sites pessoais para ações de engajamento digital.
Em relação à pergunta se os seus sites pessoais geram novos contatos com outros pesquisadores, para atuar em colaboração de acordo com seus interesses em pesquisa. 3,22% (2 pesquisadores) responderam que concordam e 3,22% (2 pesquisadores) concordam parcialmente, conforme os Quadros 14 e 15 a seguir:
Quadro 14: Geração de novos contatos com pesquisadores (Internacional)
Quadro 15: Geração de novos contatos com pesquisadores (Nacional)
Portanto, a maioria dos respondentes concorda que seus sites pessoais geram novos contatos com outros pesquisadores.
Quando questionados sobre o uso de plataformas na web para trabalhar em colaboração com outros pesquisadores, 3,22% (2 pesquisadores) responderam que concordam e 3,22% (2 pesquisadores) concordam parcialmente, conforme os Quadros 16 e 17 a seguir:
Quadro 16: Colaboração utilizando plataformas na Web (Internacional)
Quadro 17: Colaboração utilizando plataformas na Web (Nacional)
Todos os pesquisadores consultados concordam ou concordam parcialmente que de alguma forma utilizam plataformas colaborativas na web para trabalhar em conjunto com outros pesquisadores. O que representa que mesmo sem a definição de políticas e soluções específicas para a colaboração em pesquisa, com a consumerização, cada pesquisador adota soluções da web para colaborar.
Buscando identificar se os pesquisadores contam com serviços de bibliotecas e/ou bibliotecários em suas universidades, para apoio na utilização da web para suas ações de compartilhamento e colaboração, foi indagado aos pesquisadores se eles contam e utilizam este tipo de apoio. 3,22% (2 pesquisadores) responderam que discordam fortemente, 1,61% (1 pesquisador) concorda parcialmente e 1,61% (1 pesquisador) concorda plenamente, conforme os Quadros 18 e 19 a seguir:
Quadro 18: Apoio de bibliotecas e/ou bibliotecários (Internacional)
Quadro 19: Apoio de bibliotecas e/ou bibliotecários (Nacional)
A maioria dos pesquisadores discorda plenamente de que as bibliotecas e/ou bibliotecários ofereçam algum tipo de apoio para a utilização da web para suas ações de compartilhamento e colaboração. Pela análise dos sites identificados, também não foi possível reconhecer padrões em comum e serviços específicos para tratamento da informação e documentação provenientes de atividades de bibliotecas e/ou bibliotecários.
Foi pedido que os pesquisadores identificassem suas 3 (três) principais razões para a criação e utilização de seus sites pessoais. As respostas ficaram distribuídas em 6,45% (4 pesquisadores) amplo compartilhamento de informação; 4,83% (3 pesquisadores) compartilhamento público; 3,22% (2 pesquisadores) geração de novos conhecimentos e aprendizagem; 1,61% (1 pesquisador) documentação e registro dos dados da pesquisa; 1,61% (1 pesquisador) troca de experiências; 1,61% (1 pesquisador) educação científica; e 1,61% (1 pesquisador) busca a transparência em pesquisa, conforme os Gráficos 24 e 25 a seguir:
Gráfico 24: As principais razões dos pesquisadores internacionais
Gráfico 25: As principais razões dos pesquisadores nacionais
Em relação às razões para a utilização dos sites pessoais foi possível identificar uma variedade representativa de todas as possibilidades apresentadas. Importante destacar que relacionando as mais representativas como o amplo compartilhamento da informação e compartilhamento público tem relação direta com as ações de compartilhamento identificadas em 61,30% (38 sites) dos sites analisados.
Também buscou-se identificar a utilização de outros produtos digitais para o compartilhamento de informações e/ou pesquisa colaborativa. As respostas foram: 6,45% (4 pesquisadores) utilizam periódicos em acesso aberto; 4,83% (3 pesquisadores) plataformas de redes sociais; 4,83% (3 pesquisadores) repositórios digitais; 1,61% (1 pesquisador) blog; 1,61% (1 pesquisador) vídeos instrucionais, conforme os Gráficos 26 e 27 a seguir:
Gráfico 26: Produtos Digitais Utilizados por Pesquisadores Internacionais
Os pesquisadores de universidades internacionais utilizam principalmente recursos de redes sociais e periódicos em acesso aberto, além de blogs, repositórios digitais e vídeos instrucionais.
Gráfico 27: Produtos Digitais Utilizados por Pesquisadores Nacionais
Os pesquisadores de universidades nacionais utilizam menos recursos, priorizando periódicos em acesso aberto e repositórios digitais.
A diferença entre os pesquisadores de universidades internacionais e nacionais identificados tanto através do questionário, quanto na análise dos sites em relação às plataformas utilizadas, é que os pesquisadores internacionais adotam uma variedade maior de recursos digitais com ênfase em colaboração como blogs e redes sociais. Já os pesquisadores nacionais adotam soluções em que existam políticas institucionais específicas, como o caso de periódicos em acesso aberto e repositórios digitais.
A última pergunta buscou identificar a opinião dos pesquisadores sobre incentivos e barreiras à pesquisa colaborativa. 3,22% (2 pesquisadores) responderam conforme publicado na íntegra no Quadro 20 a seguir:
Quadro 20: Incentivos e barreiras à pesquisa colaborativa
Pesquisador 1. It’s hard to say in general. In my field (philosophy) there is very little collaborative research. But there are some incentives nonetheless: you get to share ideas, your co-authors can get you out of dead-ends, you can share the dreary parts of writing (e.g. the bibliography). The barriers, in my field, are simple: it is very difficult to agree on a sufficient number of things. |
Pesquisador 2. A Internet e suas ferramentas derrubaram as principais barreiras e tornaram as colaborações fáceis e prazerosas. |
Pela análise das ações de colaboração dos pesquisadores, mesmo com a baixa percentagem de respondentes, podemos considerar que as motivações por trás das ações dos pesquisadores em relação à colaboração utilizando plataformas web são diversificadas. Esta propriedade também é característica do próprio movimento da Ciência Aberta, em que não existe uma homogeneidade de recursos e formas de se compartilhar e colaborar em pesquisa.