Becker (2011) identificou três dimensões características da ciência aberta, em seu trabalho para o Conselho Universitário para Administração Educacional dos EUA e Canadá. Uma dimensão relativa às publicações de acesso aberto, como as revistas e repositórios digitais; outra relacionada ao uso de plataformas de mídia social, como blogs, microblogs e wikis pelos pesquisadores; e, por último, uma relativa à curadoria digital de forma colaborativa entre os pesquisadores.
Um estudo feito por Fecher (2013) para o Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha, identificou que a ciência aberta é um termo único, mas que seus usos podem ser enquadrados em pelo menos cinco distintas correntes de pensamento e crítica:
a) uma pública, preocupada com a acessibilidade à criação do conhecimento;
b) a democrática, preocupada com o acesso ao conhecimento publicado;
c) outra relacionada à infraestrutura, preocupada com a arquitetura tecnológica para acesso à informação;
d) outra dos sistemas de avaliação, preocupada com medidas alternativas de impacto; e ainda
e) uma pragmática, preocupada com a pesquisa de forma colaborativa.
Desta forma, pode-se perceber que a ciência aberta é um conceito emergente que representa um conjunto de iniciativas utilizando as plataformas da web aberta para apoio aos fluxos de informação para comunicação, colaboração e transferência de conhecimentos, tanto entre pesquisadores, quanto entre estudantes e cidadãos leigos interessados em contribuir e discutir temáticas científicas. É um conceito abrangente, que representa um conjunto de iniciativas relacionadas ao acesso a dados, informação e documentação científica, utilizando plataformas distintas em diferentes níveis de amadurecimento para comunicação, colaboração e transferência de conhecimentos científicos.
Cada uma destas correntes será apresentada nas subseções a seguir, a partir da literatura, com o objetivo de levantar reflexões sobre as possibilidades para as ações dos pesquisadores acadêmicos na web aberta.