Neri Oxman, arquiteta, designer, inventora e professora do MIT Media Lab, no ensaio age of entaglement, criou um modelo para representar o potencial antidisciplinar de entrelaçamento da atividade criativa humana:
Um mapa para quatro domínios da exploração criativa – Ciência, Engenharia, Design e Arte – em uma tentativa de representar a hipótese antidisciplinar: que os saberes não podem mais ser atribuídos a, ou produzidos dentro de fronteiras disciplinares, mas são completamente entrelaçados. O objetivo é estabelecer uma cartografia provisória, mas holística, da inter-relação entre esses domínios, onde um domínio pode incitar a (r) evolução dentro de outro; e onde um único indivíduo ou projeto pode residir em múltiplos domínios. Principalmente, quando este é um convite para questionar e alterar o status quo nos ambientes.
Utilizei este mapa para ajudar a representar um ciclo de pesquisa-ação que foram ampliados nos últimos anos para validação em ambientes presenciais do conceito e desenvolvimento daplataforma para a socioexpografia ExtraLibris.
O objetivo era desenvolver uma tecnologia social não preocupada apenas com a literacia sistêmica para a colaboração digital, como vinha atuando na última década – mas repensando como as novas ferramentas digitais poderiam impactar a relação entre as pessoas e os artefatos em ambientes presenciais.
Além do que, ao invés de pensar as plataformas digitais baseados em estudos de usuários e em sistemas de controle dos grandes dados, algumas perguntas que a pesquisa aplicada para o desenvolvimento da tecnologia social tentou responder foram:
Como colocar no centro experiência humana para a qualificação de pessoas responsáveis pela organização dos items de exposição? Quais possibilidades e diversidades de contextos que envolvem as possibilidades para organização e compartilhamento dos items de exposição? Como pensar a relação entre o universo analógico e o digital de forma orientada a nossa relação com os items de exposição? Como seria possível oferecer respostas para os desafios do humanismo frente a era pós-digital?
A socioexpografia ExtraLibris emerge de uma busca de celebração do potencial criativo humano – derivando uma série de instrumentos para transferir tecnologia para que pessoas da sociedade civil possam organizar seus items de exposição que representem suas experiências compartilhadas no mundo.
Para resolver esta questão realizei uma proposta de tecplomacia, em que o digital não é um substituto para o presencial. Uma abordagem que e a experiência com os acervos culturais podem ser apresentadas nos dois ambientes com ferramentas que dialogam duas culturas.
Um modelo que busca entrelaçar a memória participativa em ambientes presenciais até a inteligência colaborativa em ambientes digitais.
O design da participação representa a implementação de ambientes presenciais com a adoção de catálogos, estantes e coleções abertas, abandonando o padrões do século passado orientados ao modelo mental industrial do controle bibliográfico central – que favoreceu a concentração de tecnopólios – em ambientes de educação, ciência e cultura em detrimento do florescimento humano.
Além de realizar proposições que pensam em como interfaces analógicas e a produção de conteúdos sobre os objetos possam ser representadas em uma plataforma digital. Ou seja, a relação com a internet das coisas não é orientada ao controle e a automação, mas a produção colaborativa de conteúdos através de diferentes tipos de interfaces sobre os items de exposição.
Uma abordagem que esta sendo aplicada em diferentes domínios utilizando o sistema ExtraLibris, para permitir a criação de diferentes tipos de ambientes de exposição conectados.
Desta forma, pretende-se estimular uma cultura de criatividade, conversação e confiança – inspirando futuras gerações para um humanismo possível na organização de acervos culturais para as gerações do século. XXI.